Wednesday, December 22, 2010

senhor da paciência

Muito da minha vida grita saudade. Amizades forçosamente afastadas pela distância, lugares onde se têm as melhores memórias. Momentos capturados pela lente de uma câmara que só dão vontade de entrar numa daquelas máquinas do tempo e voltar a trás. Lembranças de momentos gravados vitaliciamente na retina dos olhos da pequena menina. Amores esquecidos, enterrados na certeza do não. Um não inequívoco, intransigente, impossível de contornar. O cheiro particular de uma casa, de uma pessoa. São as pequenas coisas, aquelas cegas ao olho que apenas olha e não vê, que deixam mais saudade. São essas as coisas que custam mais relembrar pois torturam-nos constantemente daquilo que se perdeu. E as coisas, os momentos, as pessoas, os amores perdem-se. E não se sabe se os voltamos a encontrar, ou quanto tempo demoraremos até que encontremos aquilo (ou quem) nos escapou. E questiono: foi realmente nosso? Algum dia quis ser nosso? Então porque escapou? Talvez o segredo seja o tempo, o senhor da paciência. "Aquilo que é teu à tua mão irá parar", devo simplesmente esperar que as coisas caiam do céu? A minha resposta é não.

2 comments:

Anonymous said...

Saudade faz o mundo girar, e faz uma pessoa acreditar que sim... um dia :)

Bom Natal minha coisinha linda*

Fábio said...

Muita audácia, percisamos muito dela. Para mais que não seja contronarmos os sentimentos negativos latentes. Fechar os olhos. É necessário fechá-los. Quando os voltarmos a abrir, as coisas parecem diferentes, sendo iguais. O cérebro é feito de ilusões, e nelas, odiando-me por isso, investirei até que mais não respire.

Bora aderir ao anarquismo sentimental?! xP